Todos os anos surgem artigos sobre as “grandes tendências” da web e com eles vêm previsões ambiciosas para um futuro próximo. Porém, analisando a última década, a realidade é bem mais contida do que todas essas promessas. Afinal, será que o mundo online se transformou tão drasticamente?
Não se pode negar que houve avanços — novos estilos visuais, tecnologias mais ágeis, melhorias na experiência de utilizador — mas a forma como usamos a internet no quotidiano continua surpreendentemente familiar. Continuamos a visitar websites, a pesquisar no Google, a fazer compras online, mostrando assim que a verdadeira mudança não está nas características principais e sim, nos bastidores: na forma como os nossos dados são recolhidos e na crescente presença da inteligência artificial.
Contudo, antes de analisarmos essas transformações mais profundas, vale a pena rever algumas das tendências e perceber até que ponto estas vão, de facto, moldar o futuro da web.
O design minimalista é uma das tendências mais usadas nos últimos tempos. Premeia as interfaces com aspeto mais clean e foca-se na melhoria da acessibilidade, removendo elementos desnecessários. Estas abordagens tornaram-se padrão em muitos websites. Podemos encontrar layouts mais simples, tipografia cuidada e um uso mais interessante de espaços em branco.
No entanto, já não é novidade. Há quase uma década que estas (boas!) práticas têm vindo a ser adotadas, impulsionadas por frameworks como o Material Design da Google ou o Tailwind CSS. Não se trata, de todo, de uma mudança radical, mas sim, de um refinamento progressivo. É a evolução natural do processo, não uma rutura drástica.
Se quisermos identificar uma área onde está a acontecer uma transformação real, é sem dúvida, a da privacidade dos dados.
Durante anos, a publicidade online baseou-se num modelo de rastreamento intensivo, que permitia campanhas altamente direcionadas. Hoje podemos presenciar a eliminação dos cookies de terceiros, já a acontecer em browsers como o Safari e o Firefox (prevista para o Chrome em 2024/2025), que obriga as empresas a repensar o modo como recolhem e utilizam dados dos utilizadores.
Somam-se a isto as leis como o RGPD e a CCPA, que impõem regras mais claras e exigem consentimento explícito para a recolha de dados pessoais. O desafio atual passa por encontrar formas de personalizar a experiência digital sem comprometer a privacidade, e essa sim, é uma mudança estrutural.
Na visão dos utilizadores, a mudança mais aparente talvez seja a forma como interagimos com os websites, graças à inteligência artificial e à popularização dos chatbots.
Há quanto tempo o contacto online já não é estabelecido por um emissor e um recetor humanos? Se há cerca de uma década surgia, na maioria das vezes, via email, telefone ou FAQ, hoje o mais comum é sermos recebidos por assistentes virtuais. E nem se trata dos antigos bots limitados a respostas pré-programadas. São as novas ferramentas baseadas em IA generativa, como o ChatGPT ou o Bard, que permitem respostas mais naturais, personalização em tempo real tendo em conta o histórico do utilizador e uma experiência de suporte muito mais ágil.
O impacto disto é visível: as equipas de suporte gigantes acabam por diminuir e consegue-se um atendimento mais rápido, embora ainda bem longe de ser perfeito.
É também importante lembrar que nem todas as previsões se concretizam. Algumas das mais populares nos últimos anos acabaram por perder alguma força:
As previsões para 2025 não apontam para nada extremamente revolucionário, mas sim para um aprofundamento de tendências já em curso:
A web de 2025 será, na prática, bastante semelhante à que temos vindo a conhecer ultimamente. As diferenças mais relevantes estarão nas formas de recolha e utilização de dados, nas ferramentas de automação e nas estratégias que equilibram a inovação com responsabilidade. O verdadeiro impacto destas mudanças não está na aparência dos websites, mas naquilo que não se vê: na forma como os sistemas funcionam, como os dados são protegidos e como a IA é integrada para facilitar processos e melhorar a experiência digital.
No fundo, o futuro da web será mais definido pela nossa capacidade de adaptação às mudanças que já estão em marcha, que são mais discretas, mas não deixam de ser determinantes.
Apresente-nos o seu Projeto
Nos últimos meses, muitos websites deixaram de mostrar corretamente os mapas do Google, surgindo com mensagens como “For development purposes only”, erros de carregamento ou fundos em branco.
Perceba porque um website não otimizado compromete os resultados das suas campanhas pagas e penaliza o ROI.