Acessibilidade Digital: O que vai mudar com a nova Lei Europeia?

Nos dias de hoje, a acessibilidade deixou de ser uma escolha: passou a ser um dever legal e um elemento estratégico essencial. Com a entrada em vigor da Lei Europeia da Acessibilidade (European Accessibility Act – EAA), a partir de 23 de setembro de 2025, as empresas que disponibilizam serviços digitais ao público na União Europeia, como websites, lojas online e aplicações móveis, terão de cumprir novos requisitos.

O que é a Lei Europeia da Acessibilidade?

A EAA é uma diretiva da União Europeia que visa tornar o mundo digital mais acessível para todos, incluindo pessoas com deficiências visuais, auditivas, motoras ou cognitivas. O seu principal objetivo é garantir que qualquer pessoa consiga utilizar produtos e serviços essenciais online, sem barreiras. Esta legislação aplica-se tanto ao setor público como a empresas privadas que operem online no espaço europeu.

Embora abranja vários tipos de serviço, como terminais de pagamento, aplicações bancárias ou plataformas de media, aqui focamo-nos nos elementos centrais da maioria dos negócios digitais: websites e aplicações móveis.

Na prática, o que muda?

Todos os websites e aplicações móveis terão de seguir as normas WCAG 2.1 Nível AA, um conjunto de diretrizes definidas pelo W3C que servem de referência internacional para garantir a acessibilidade dos conteúdos digitais. Estas normas assentam em quatro princípios fundamentais:

• Percetível: o conteúdo deve ser acessível a todos os sentidos, por exemplo, texto alternativo em imagens, legendas em vídeos e contraste adequado de cores.
• Operável: a navegação deve ser funcional com teclado e tecnologias assistivas, tais como menus acessíveis e tempos de resposta adequados.
• Compreensível: a linguagem deve ser clara, com estrutura previsível e mensagens de erro úteis.
• Robusto: o conteúdo deve ser compatível com diferentes navegadores, dispositivos e leitores de ecrã.

Entre as exigências mais comuns estão a utilização de texto alternativo em imagens, com descrição visual dos elementos para leitores de ecrã; a inclusão de legendas e transcrições em conteúdos de vídeo ou áudio, essenciais para pessoas com dificuldades auditivas; a garantia de uma navegação acessível por teclado, para quem não utiliza rato; a utilização de código bem estruturado e semanticamente correto, que facilita a leitura por tecnologias assistivas; e o cuidado com o contraste entre o texto e o fundo, para melhorar a legibilidade.

Porque é que a acessibilidade importa?

Para além de ser uma obrigação legal, investir em acessibilidade digital traz benefícios claros:

• Alargar o público-alvo: o seu website ou aplicação torna-se acessível a muitas mais pessoas, incluindo inumeros cidadãos com deficiência.
• Melhor experiência do utilizador (UX): um site acessível é mais intuitivo e fácil de utilizar por todos.
• Melhoria no SEO: muitas boas práticas de acessibilidade digital contribuem também para um melhor posicionamento nos motores de pesquisa.
• Reforço da reputação e da marca: organizações que demonstram compromisso com a inclusão ganham a confiança do público e são mais valorizadas socialmente.

Na Multisnet, a acessibilidade é uma prioridade desde sempre. Desenvolvemos websites com foco na experiência do utilizador (UX) e na otimização para motores de pesquisa (SEO), incorporando desde cedo os princípios da acessibilidade digital. Preocupamo-nos em criar soluções funcionais para todas as pessoas, independentemente das suas capacidades ou da forma como navegam online.

Como garantir a conformidade?

Adaptar-se às novas exigências requer tempo, análise e um plano bem estruturado. O processo envolve várias etapas fundamentais:

• Avaliação rigorosa do nível atual de acessibilidade do seu website ou aplicação, com base nas diretrizes WCAG 2.1 e nos requisitos legais aplicáveis.
• Definição de prioridades, identificando os pontos mais críticos a corrigir.
• Implementação das melhorias necessárias, que podem incluir ajustes no design, no conteúdo e na estrutura técnica.
• Estratégia de monitorização contínua, garantindo que a acessibilidade se mantém após cada atualização.

Contar com o acompanhamento de especialistas pode tornar todo este percurso mais simples, eficiente e alinhado com as melhores práticas internacionais.

A acessibilidade digital entra agora numa nova fase, não apenas como uma exigência legal, mas como um passo fundamental para a construção de um ambiente digital mais inclusivo, equitativo e sustentável. Este é o momento ideal para repensar a forma como os produtos e serviços online acolhem todas as pessoas, independentemente das suas capacidades. Ao investir em acessibilidade, está também a melhorar a experiência do utilizador, a ampliar o seu público e a posicionar a sua marca como inovadora e consciente. O futuro digital começa agora e é acessível a todos.